Vacina Pfizer (BioNTech) - covid-19



 A vacina da Pfizer é feito com a tecnologia RNA mensageiro (RNA do coronavírus encapsulado), ou seja ela é feita basicamente de um fragmento de um material genético do coronavírus que é responsável por codificar uma única proteína do vírus.

Assim quando a vacina é injetada, ela vai estimular o sistema imune a produzir uma resposta contra esse fragmento do vírus (proteína S), no fim das contas a resposta vai ser responsável pela eficácia da vacina, combatendo o vírus quando você tiver contato com ele no futuro.

A vacina da Pfizer foi testada e aprovada com regime de duas doses e de acordo com a bula, o intervalo entre as doses deve ser maior ou igual a 21 dias. Esse intervalo de doses estão gerando muita dúvida porque aqui no Brasil e em alguns outros lugares o intervalo está sendo de 12 semanas (cerca de três meses).

Os testes de eficácia da vacina da Pfizer foram feitos com um intervalo de 21 dias entre as doses. Só que depois saiu no estudo mostrando uma proteção alta logo depois da primeira dose da Pfizer, o Reino Unido estendeu o intervalo para 12 semanas para aumentar o número de pessoas protegidas parcialmente com a 1° dose. A mesma estratégia foi adotada aqui no Brasil, a gente não tem ainda um estudo definitivo mostrando a eficácia dessa vacina com um intervalo maior, mas acompanhando a vacinação do Reino Unido dá para entender se a estratégia é boa. Aparentemente é. 

De acordo com o relatório do governo do Reino Unido, a efetividade após a 2° dose da vacina Pfizer varia de 85% a 90%.

E além disso, tem um estudo feito em pessoas idosas que mostrou que um intervalo maior entre as doses induziu a produção maior de anticorpos é uma evidência de que se estender o prazo da aplicação entre a 1° e 2° doses pode ser benéfico. Mas toda essa discussão entre as doses pode mudar por causa das variantes.

A eficácia é de 95% cerca de 7 dias depois da segunda dose.

Isso NÃO SIGNIFICA que 95% das pessoas estão protegidas.

Significa que DEPOIS DA SEGUNDA DOSE, ela reduz em 95% o risco de um vacinado ter sintomas de covid-19, caso ela venha a ser infectado.

Como o intervalo da primeira e segunda dose é longo, muita gente pergunta se já tem proteção depois da primeira dose, a resposta é sim.
Lá na Escócia a vacina da Pfizer reduziu em 77% o risco da pessoa vacinada ser hospitalizada por covid-19 a partir de 1º mês depois da 1º dose. Existe a possibilidade de parte desse resultado ser devido a outros fatores como o lockdown feito no país, mas mesmo assim esse é um resultado importante. 

Nos testes iniciais de todas as vacinas o objetivo principal era saber se elas eram eficazes a prevenir a doença e principalmente hospitalização e morte.

O que não sabemos, é se as vacinas impedem com que a pessoa vacinada transmita o vírus caso venha se contaminar.
 
Pra vacina da Pfizer, temos indícios indiretos que a vacina pode diminuir a transmissão.
Por exemplo, em Israel teve uma efetividade de 91% o risco de infecção assintomática, ou seja, ela  reduziu o risco da gente detectar o vírus no corpo de pessoas vacinadas, mas como são indícios, estudos estão em andamento pra gente entender essa questão.

Qual o efeito diante das variantes

Umas vacinas sofreram mais diante das variantes do que outras.

No caso da vacina da Pfizer ela vem se mostrando eficaz contra  todas as variantes que se preocupam e circulam hoje no mundo.

De forma geral os anticorpos presentes no sangue das pessoas vacinadas podem ter uma capacidade menor de neutralizar alguma variante do coronavírus, mas essa redução não é tão grande a ponto de prejudicar  a eficácia da vacina.

Ressalva: Análises lá no Reino Unido vem mostrando que só uma dose de Pfizer garante uma proteção baixa com a variante Delta, a cepa que foi identificado primeiro na Índia. Mas depois da segunda dose, a efetividade foi alta, acima de 80% após a 2º dose. Então fica cada vez mais evidente da importância de tomar as duas doses.

Baseado nesses novos dados, para ajudar a proteger as pessoas dessa variante a recomendação do Reino Unido é reduzir o intervalo entre as doses da vacina para no máximo 8 semanas. 

Efeitos colaterais
Reações comuns

Dor e inchaço local da injeção
Fadiga (cansaço)
Dor de cabeça
Dores musculares
Calafrios e febre
Diarreia

Reações incomuns

Insônia
Coceira no local da injeção
Inchaço nos linfonodos
Erupções na pele
Coceira geral

Geralmente essas reações foram de leves a moderadas e desapareceram dentro de alguns dias.

Essas reações foram vistas em pessoas mais jovens que tomaram a vacina.

As reações foram mais frequentes depois da segunda dose.

Foram registrados 5 casos de anafilaxia a cada 1 milhão de vacinados com Pfizer.

Ainda não se sabe qual componente que está gerando essas reações alérgicas, mas uma das hipóteses é o polietilenoglicol (já tem histórico de causar raríssimas reações alérgicas).

A reação anafilática acontece cerca de 15 minutos depois da pessoa tomar a vacina, portanto é importante alertar quem tem histórico de alergia, aguardar por 15 minutos após a aplicação da vacina no local de vacinação. Porque caso a pessoa desenvolva alguma reação ela pode ser medicada da forma adequada.

Contraindicações
 
1) Pessoas com hipersensibilidade ou alergia a algum componente da vacina (principalmente polietilenoglicol). Se possuir histórico de alergias comuns não relacionadas a vacina, como de alimentos, animais domésticos, poeira, etc...não tem risco e nem contraindicação. O American college of allergy  Asthma & Immunology (Colégio Americano de Alergia - Asma & Imunologia) divulgou uma orientação afirmando que pessoas coma alergias comuns como as anteriores citadas, não tem mais riscos que o público em geral de ter uma reação alérgica a vacina de RNA.

2) Pessoas que tiveram reação anafilática após a primeira dose não deve tomar a segunda dose.

3) Se tiver doente ou com febre alta, a administração da vacina deve ser adiada até que você melhore completamente.


Fontes: 
Bula da Pfizer  
           
Estudo da fase 3 da vacina Pfizer

American College of Allergy Asthma & Immunology

Casos de Anafilaxia depois de tomar vacina RNA

Pfizer em relação a variante Delta

Relatório do FDA sobre a vacina Pfizer

Produção de anticorpos em diferentes intervalos entre as doses

Dados da vacina da Pfizer de Israel




Eficácia da Pfizer na Escócia


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