Vacina AstraZeneca / Oxford (Fiocruz) - covid-19

 


Essa vacina foi desenvolvida pelo grupo farmacêutico britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford no Reino Unido.

Por isso que tem gente que chama de vacina AstraZeneca e outras chamam de vacina de Oxford, mas que são a mesma coisa.

E aqui no Brasil essa vacina vai começar a ser envasada e começar a ser produzida pela Fiocruz.

Apesar da autorização e transferência da tecnologia à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, os imunizantes serem utilizados no Brasil, em breve prevê uma possível importação de duas milhões de doses trazidas da Índia.

A necessidade de uma resposta urgente ao vírus desafiou cientistas em todo o mundo e os incentivou a acelerar processos globais de pesquisa clínica em larga escala e o desenvolvimento de potenciais medicamentos e vacinas para prevenir e tratar o covid-19.

Normalmente, a fabricação dos medicamentos aumenta em relação ao seu desenvolvimento clínico. Assim, quando eles estão prontos para o lançamento comercial, já existe uma cadeia de abastecimento central para poder fornecer medicamentos.

Mas a necessidade urgente de produzir rapidamente vacinas exigiu uma abordagem diferente durante a pandemia. Liderados por uma equipe global, foi evoluindo a forma como produzimos e fabricamos uma vacina em termos de escala e ritmo.

Esta resposta robusta à pandemia colocou nossos especialistas em fabricação e cadeia de suprimentos, engenheiros, cientistas técnicos e profissionais de qualidade para trabalhar em paralelo com o desenvolvimento clínico para aplicar rapidamente o pensamento inovador à produção comercial de vacinas. A fabricação da vacina foi iniciada antes de sua aprovação, para que , casos os ensaios clínicos fossem bem-sucedidos, a vacina poderia ser aprovada pelos órgãos reguladores, e rapidamente estaria disponível para garantir que todos tenham acesso igualitário a ela.

Para produzir bilhões de doses de uma vacina para mercados em todo mundo, construímos diversas cadeias de suprimentos regionais para fornecer acesso rápido ao maior número possível de países, o mais rápido possível após a aprovação regulatória, reduzindo transporte e eventuais restrições à exportação ou importação. Esta rede foi projetada com amplo conhecimento das capacidades dos fornecedores globais e será combinada com a fabricação local sempre que possível, a busca por um equilíbrio entre velocidade de entrega e custos acessíveis.

A aceleração da produção e fornecimento de vacinas envolve a colaboração com mais de 20 parceiros fornecedores em mais de 15 países , apoiados por mais de 20 centros de testes analíticos.

A cadeia de suprimentos inclui várias instalações de fabricação em todas as etapas da produção - o princípio ativo, o produto medicamentoso e a embalagem acabada. Esses parceiros colaborarão durante todo o processo de fabricação recebendo suporte e orientação técnica.

É vital para a capacidade do fornecimento em massa definir a composição, fabricação e controle do processo de produção. Durante esse processo, desenvolvemos um processo de fabricação otimizado e reproduzível, que oferece o máximo de desempenho, garantindo um produto de qualidade em toda a cadeia de suprimentos.

Este processo de fabricação é então transferido para parceiros onde estabelecem o fornecimento em suas respectivas instalações. Os testes de qualidade são necessários durante todo o processo de fabricação, bem como para apoiar o lançamento de produtos no mercado, também construímos uma extensa rede analítica e estamos transferindo rapidamente nossos métodos analíticos para esses laboratórios.

Nossa equipe de compras também está trabalhando para proteger e acelerar uma cadeia global de suprimentos de matérias-primas críticas, reagentes e consumíveis em colaboração com nossos fornecedores para permitir testes rápidos de fabricação e qualidade.

A AstraZeneca recebe com muito orgulho e satisfação o anúncio de que a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu a aprovação regulatória definitiva da vacina Oxford / AstraZeneca para fornecimento no Brasil. Foram feitos parcerias com empresas com vasto conhecimento na produção de vacinas para cumprir nosso compromisso com o acesso global amplo e igualitário à vacina. Este é um marco importante em nossa luta contra a covid-19 e estamos orgulhosos do papel desempenhado ao levar a vacina à população brasileira.

A AstraZeneca informa que o Plano Nacional Imunização e a operacionalização da vacinação contra a covid-19 no território nacional está sob responsabilidade do Governo Federal, através do Ministério da Saúde. De acordo com sites oficiais, a campanha de vacinação se iniciou em todo país pelos grupos prioritários, com os imunizantes aprovados pelo uso emergencial pela ANVISA.


Processos de fabricação cruciais para criar uma vacina em uma escala global:

*Um processo de fabricação comercial foi desenvolvido inicialmente em pequena escala antes de aumentar rapidamente para potencializar os rendimentos da produtividade, garantindo a pureza do produto final em todas as etapas. Esse processo consistente é usado por todas as instalações de fabricação.

*Reserva de sementes de vírus e banco de células hospedeiras: estes materiais de partida são usados por fabricantes de todo o mundo para iniciar a produção de vacinas.

*Princípio ativo: as células hospedeiras são cultivadas em uma série de biorreatores de escala crescente e infectadas com o vírus para produzir uma molécula final da vacina. Uma série de etapas de filtração e separação de componentes da composição (cromatografia) são realizadas para colher e purificar a vacina.

*Produto final: o princípio ativo é combinado com outras substâncias para evitar alterações de acidez, para alcançar uma formulação final e, em seguida, preenchido em frascos multidose que são rotulados e embalados.

*Teste e controle de qualidade: testes abrangentes são realizados em cada lote durante o processo de fabricação. Medidas de controle de qualidade são usadas em todas as fases da produção para garantir consistência e qualidade.


Composição, Manufatura e Controles

Para garantir que a vacina produzida seja de qualidade, o processo de produção utiliza "células produtoras" vivas derivadas de uma linha de células humanas criadas há mais de 50 anos. As células são alteradas para atuar como "mini-fábricas" para produzir a vacina rapidamente.

O crescimento das células produtoras ocorre em biorreatores de uso único, reduzindo o risco de contaminação cruzada e aumentando a segurança biológica e de processos. Condições como o pH e temperatura são fortemente controladas para garantir que o crescimento ocorra a uma taxa ideal.


Princípio ativo e o produto final

Uma vez que as células produtoras atingem uma fase de crescimento contendo a concentração necessária de partículas virais, a vacina vetorial é colhida. As células são repentinamente abertas usando uma substância química que liberta a vacina. A cultura passa por uma série de etapas de filtração para melhorar o desempenho e a clareza do produto vacinal. É utilizada a filtração de fluxo normal, que passa a cultura através de uma série de membranas contendo diferentes tamanhos de poros que filtram resíduos celulares e resíduos de tamanhos variados. Nesta fase, parte da amostra também pode ser extraída para criar outro lote de reserva de trabalho da vacina vetorial.

Em seguida, é realizado um processo de separação dos componentes (cromatografia de membrana) para purificar ainda mais o produto. Esta etapa da cromatografia "gigante" pode ser realizada em grande escala e funciona quando a vacina se liga seletivamente à sua superfície, que é então liberada como o produto purificado. Finalmente, a ultrafiltração reabsorve a vacina vetorial viral em sua formulação final.

O princípio ativo resultante é transportado para preencher os frascos multi-dose e embalada em caixas de papelão. Espera-se que o medicamento final seja armazenado e transportado a uma temperatura compreendida entre 2°C e 8°C, pois ainda não existem dados de estudos de estabilidade para quando temos um desvio desta temperatura. A determinação final da temperatura e do prazo de validade só deve ser feita quando tiverem sido recolhidos dados suficientes para a vacina ao longo do tempo e a aprovação dos órgãos reguladores.

Em todas as etapas dos processos de fabricação farmacêutica e de princípios ativos, numerosos testes são realizados e medidas de controle de qualidade são usadas em todos os momentos para garantir a qualidade da vacina. No total, mais de 60 testes são realizados por lote para garantir a segurança, pureza e eficácia.

Atualizado em 17/03/2021 para refletir o fato da OMS (Organização Mundial da Saúde) ter listado duas versões da vacina da AstraZeneca / Oxford contra covid-19 para uso de emergência. 

Uma nova atualização foi feita em 19/04/2121 para refletir a última declaração da Comissão Consultiva Mundial da OMS para a Segurança das Vacinas.

O Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Vacinação da OMS (SAGE) publicou recomendações provisórias para utilização da vacina da Oxford / AstraZeneca contra a covid-19 (AZD1222).


Como a vacina atua no organismo

A vacina britânica Oxford-AstraZeneca utiliza uma tecnologia biomolecular baseada no chamado "vetor viral", que consiste na utilização de um vírus modificado para estimular o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o novo coronavírus. 

Funciona assim, eles pegam o vírus de resfriado de chipanzé que não causa doença em humanos e modificam eles para que carregue fragmentos genéticos do coronavírus.

Assim, a vacina vai estimular o sistema imune a produzir uma resposta contra o coronavírus. 

Na fabricação da vacina, uma espécie de vírus enfraquecido (adenovírus ChAdOx1), conhecido por causa da gripe comum em chimpanzés, após ser modificado para não se multiplicar, carrega parte do material genético do SARS-CoV-2 responsável pela produção da proteína ("Spike") que auxilia o vírus da covid-19 a invadir as células humanas. 

Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir essa proteína Spike, ensinando o sistema imunológico humano que toda partícula com essa proteína deve ser destruída. 

Assim, após a imunização adequada ( 2 doses do mesmo fabricante e com intervalo de 8 a 12 semanas entre as aplicações, associando-se a maior eficácia da vacina ) o sistema imune do nosso organismo torna-se capaz de reconhecer e atacar rapidamente o coronavírus , caso seja infectado.

É por isso que o intervalo entre a primeira e segunda dose adotado aqui no Brasil é de doze semanas (3 meses), não se preocupe com esse intervalo longo, ele é feito assim para garantir uma  proteção maior.

A dosagem recomendada é de duas doses administradas por via intramuscular (0,5ml cada).

A eficácia geral apresentada pela AstraZeneca para a vacina nos testes foi cerca de 70% a partir de 21 dias depois da primeira dose.

 A eficácia pode chegar a mais de 80% depois da segunda dose.

Isso significa que depois da segunda dose, ela reduz em 80% o risco de um vacinado ter sintomas de covid-19.

Comparado com os testes da vida real na Escócia, a vacina da AstraZeneca reduziu em 88% o risco da pessoa vacinada ser hospitalizada por covid-19, um mês depois de tomar a primeira dose. Também precisa contar que houve o lockdown, mas pelos números é de se considerar.

Quanto as variantes da covid-19

Algumas vacinas sofreram maior impacto diante das variantes que outras. 

No caso da  vacina da AstraZeneca, ela é eficaz para quase todas as variantes que circulam hoje no mundo, a exceção é para a variante Beta, que foi identificada pela primeira vez na África do Sul. 

De forma geral os anticorpos presentes no sangue das pessoas vacinadas tem uma capacidade muito reduzida para neutralizar a variante Beta do coronavírus e os estudos na África do Sul também mostrou uma eficácia da vacina diante desta variante. Só que lá decidiram não adotar essa vacina.

No Brasil essa variante ainda não está disseminada, então não tem razão de deixar de tomar a vacina AstraZeneca.

Uma outra variante que está trazendo preocupações agora é a variante Delta, que foi identificada primeiro na Índia, em um estudo feito lá no Reino Unido quando essa variante já estava circulando, eles viram que apesar de diminuir um pouco a eficácia da vacina da AstraZeneca, continua sendo capaz de proteger principalmente após a segunda dose. 

 Efeitos colaterais

Pelo fato da tecnologia utilizada na vacina AstraZeneca ser mais recente, ela costuma gerar mais reações do que as vacinas que a gente costuma tomar, mas lembre que toda vacina pode causar uma reação. As reações mais comuns foi a do local da injeção.

Sensibilidade, dor coceira

Inchaço e endurecimento 

Dor de cabeça

Fadiga e mal-estar

Febre, calafrios, tremores, náuseas

Dores musculares


Outros sintomas como:

Tontura

Sonolência

Dor abdominal


Também pode acontecer mas são menos comuns.

A maioria dessas reações foram de leve a moderada e somem depois de três dias da vacinação. 

As reações da segunda dose são mais leves e menos frequentes em comparação a primeira dose.

Os idosos tem relatado menos reações que os adultos jovens.

Sendo assim, apresentou resultado satisfatório (acima dos 50% exigidos pela ANVISA) e também tem grande potencial de redução do número de internações pela doença, o que promete reduzir consideravelmente a taxa de ocupação do Sistema Único de Saúde.

A vacina AZD1222 contra a covid-19 tem uma eficácia de 63,09% contra infecção sintomática pelo SARS-CoV-2.

A vacina AstraZeneca é considerada segura e eficaz na proteção das pessoas contra os riscos extremamente graves da covid-19, incluindo a morte, hospitalização e doença grave. 

Em 16/04/2021 segundo o Comitê Consultivo Mundial da OMS para a Segurança das Vacinas sobre a vacina da AstraZeneca contra covid-19 refere relatos de efeitos secundários muito raros. 

O Conselho das Organizações Internacionais das Ciências Médicas classifica as taxas de eventos adversos ou medicamentos e vacinas do seguinte modo:

Muito comuns > 1/10

Comuns (frequentes) > 1/100 e < 1/10

Invulgares (não frequentes) > 1/1000 e < 1/100

Raros > 1/10000 e < 1/1000

Muitos raros < 1/10000


A Fiocruz começou a fabricação da vacina AstraZeneca contra a covid-19 com insumo 100% nacional e o primeiro lote está em fase de pré validação com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) - produzido em Biomanguinhos, no Rio de Janeiro. Trata-se de um processo complexo.

As células para a produção do IFA primeiro são multiplicadas, um processo conhecido como "expansão celular". Depois, na fase de biorreação, essas células são infectadas pelo vírus da covid-19. Na etapa seguinte, o vírus é tratado para quebrar moléculas contaminantes, processo chamado "tratamento enzimático". Em seguida o IFA é congelado a -65°C e vai para o controle de qualidade.

A previsão da Fiocruz é fabricar cinco lotes iniciais nos próximos dois meses. Entre setembro e outubro (2021), as vacinas vão ser enviadas para a avaliação da AstraZeneca e, após isso, a documentação segue para a Anvisa. Se tudo der certo, a vacina 100% nacional começa a ser aplicada nos brasileiros no fim do ano.

Inicialmente, a previsão era entregar 110 milhões de doses, feita com matéria-prima local, a partir de agosto. Agora a projeção é de 60 milhões de doses no último trimestre do ano.


Prazos da vacina da Fiocruz

Agosto / Setembro (2021) - Produção de lotes para validação do IFA nacional.

Setembro / Outubro (2021) - Envio de amostras para a AstraZeneca.

Outubro / Novembro (2021) - Envio de documentação à Anvisa.

Novembro / Dezembro (2021) - Aplicação da vacina 100% nacional.



Fonte: CNN Brasil, World Health Organization, AZMED

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